Galeria Boydell Shakespeare

Pintura de Joshua Reynolds, intitulada Puck (1789), para a galeria Boydell Shakespeare, e baseada na obra de Parmigianino, "Virgem com São Zacarias, Maria Madalena e São João".[1]

A Galeria Boydell Shakespeare (conhecida originalmente como Boydell Shakespeare Gallery em inglês) foi um projeto de três partes iniciado em novembro de 1786, pelo pintor e editor John Boydell, num esforço por fomentar a criação de uma escola de pintura histórica britânica.[2] Em primeiro lugar, planejava focar na publicação de uma edição ilustrativa das obras teatrais de William Shakespeare, e em segundo lugar na elaboração de um folio de gravuras. No entanto, durante o período de 1790, a galeria de Londres que apresentou as pinturas originais emergiu como o elemento mais popular do projeto.[2]

Durante o século XVIII, Shakespeare desfrutou de uma renovada popularidade na Grã-Bretanha, como publicaram-se novas edições de suas obras literárias, suas peças dramáticas foram revividas no teatro, e criaram-se numerosos trabalhos de arte que ilustravam suas produções e obras teatrais.[3] Capitalizando o interesse do público, Boydell decidiu publicar uma grande edição ilustrada das obras de Shakespeare, na que exibiria o talento de pintores e gravadores britânicos. Além disso, elegeu ao reconhecido erudito e editor George Steevens, para que vigiasse a edição, a qual se publicou entre 1791 e 1803.[4]

A imprensa reportou semanalmente a construção da galeria, (desenhada pelo arquiteto inglês George Dance, o Jovem, num solar localizado em Pall Mall, em Londres).[5] Boydell encarregou vários trabalhos a pintores famosos da época, como Joshua Reynolds, o que fez que o folio de gravados se convertesse no legado mais duradouro de sua iniciativa empresarial.[2] Contudo, o grande atraso em publicar os gravados e a edição ilustrada provocou a crítica. Isto se deveu ao fato de que os integrantes do projeto Boydell se encontravam escassos de tempo e numerosas ilustrações tiveram que ser realizadas por artistas de menor categoria, causando que o produto final da empresa fosse julgado como decepcionante. O projeto deixou à assinatura Boydell em falência, e seus membros viram-se forçados a vender a galeria mediante uma loteria.[2]

  1. Burwick, "Romantic Reception", 149.
  2. a b c d West, "John Boydell".
  3. Friedman, 19.
  4. Wenner, 46.
  5. Friedman, 70; Santaniello, 5–6.

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